Solicitado pelo Presidente da Assembleia da cidade para apresentação ao Presidente da República, elaborámos uma proposta para o novo Panteão Nacional, a situar na Katembe, no enfiamento visual da Avenida Samora Machel e ao eixo do edifício do Conselho Municipal, por forma a ser visto da cidade, no seu horizonte longínquo.
Retomando o conceito de cripta já por nós estabelecido no actual panteão, utilizámos referências comuns desde o Japão ao Egipto e a muitos exemplos europeus e da América Latina, propondo uma colina artificial sob a qual se estabeleceu um espaço circular, centrado num espelho de água e aberto para o céu com um gigantesco óculo que ilumina, por reflexão na água, o espaço críptico e transcendente dos túmulos dispostos radialmente.
Um jardim suspenso e protector destaca-se da parede inclinada dos túmulos, definindo uma faixa circular de luz que lhe desmaterializa o tour de force estrutural, tornando-o simultaneamente muito denso e flutuante, assim reforçando a qualidade única e transcendente deste espaço.